quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sonhos na Psico-Pictografia (Escola científica)


Segundo Protágoras de Abdera (Abdera, 480 a.C. - Sicília, 410 a.C.) "o homem é a medida de todas as coisas”, para se ter uma medida real do mundo é necessário que nos conheçamos no nosso intimo.

A melhor forma de conseguirmos isso, é explorando nosso intimo. Uma forma muito boa porem pouco explorada de nos conhecermos é através de nossos sonhos.

O sonho é uma experiência que possui significados distintos. É uma experiência de imaginação do inconsciente durante nosso período de sono. Na obra Interpretação dos Sonhos (Die Traumdeutung, 1899 [1900]) Sigmund Freud aproveita o que já havia sido publicado anteriormente sobre os sonhos e faz investidas completamente novas, definindo o conteúdo do sonho como “realização dos desejos”.

Já o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), baseado na observação de seus pacientes e em experiências próprias, tornou mais abrangente o papel dos sonhos, que não seriam apenas reveladores de desejos ocultos, mas sim, uma ferramenta da psique que busca o equilíbrio por meio da compensação.

Percepções do dia a dia e seu arquivamento na memória

Tudo o que sentimos durante o dia é processado por nosso cérebro, desde alguma imagem que você bateu o olho até um artigo difícil que você leu e tentou entender com certo sacrifício. Uma nova jogada de tênis que você aprendeu, ou a aflição de ser fechado por um motoboy durante o dia no transito, gera uma rota de impulsos elétricos e substancias químicas no seu cérebro.

Acompanhe como o cérebro consegue armazenar uma informação simples como o conceito de numero cinco.

Percepção visual do numero cinco e a tradução dele em mapas cerebrais

Ao olhar para uma imagem, aqui no exemplo o numero cinco, os sinais elétricos são enviados entre os neurônios através do contacto físico entre o dendrito de um neurônio e o axônio de outro, a esse contacto dá-se o nome de sinapse.

Na realidade não há um contacto efetivo entre os neurônios, pois eles não se tocam um no outro havendo assim sempre uma pequena distância entre eles.

Esse espaço entre a dendrite de um neurônio e o axônio de outro é o que se chama uma sinapse: os sinais são transportados através das sinapses por uma variedade de substâncias químicas chamadas neurotransmissores.

É importante lembrar que a consolidação da memória ocorre no momento seguinte ao acontecimento. Assim, qualquer fator que haja nesse instante pode fortalecer ou enfraquecer a lembrança, qualquer que ela seja. Pesquisas realizadas com ratos comprovaram que durante o treino, ocorre ativação de sistema neuro-hormonais que agem modulando o processo de memorização.

A ß-endorfina parece ser a substância ligada ao esquecimento. Este processo, apesar de algumas vezes indesejável (como numa prova, por exemplo), é fundamental do ponto de vista fisiológico. Afinal, seria inviável a vida sem nenhuma espécie de "filtro" na memória (vide hipermnésia). Outras substâncias, como morfinas, encefalinas, ACTH e adrenalina (as duas últimas em altas doses) facilitam a liberação de ß-endorfina, levando ao esquecimento. É por isso que situações carregadas de stress emocional podem levar à amnésia anterógrafa, que é o que acontece quando, após um acidente de carro, o indivíduo não consegue relatar o que lhe aconteceu minutos antes.

O que determina então se uma informação deve ser armazenada? Quando uma informação é relativamente importante, ela sobrevive ao sistema ß-endorfínico, pois ocorre a liberação de doses moderadas de ACTH, noradrenalina, dopamina e acetilcolina que agem facilitando a consolidação da memória. Contudo, doses altas dessa substância tem efeito contrário pelo bloqueamento dos canais iônicos.
Outra substância fundamental no processamento da memória é o GABA (ácido gama-aminobutírico).

Em qualquer um dos processos acima forma-se um mapa enraizado que pode ser demonstrado de forma gráfica. Este mapa é único e cada individuo percebe o mesmo numero de maneira diversa “Assim como as coisas me parecem, assim elas o são para mim; assim como elas te parecem, assim elas os são para ti pois tu és homem e também o sou” Protágoras de Abdera.

Suponhamos que nos tenhamos tecnologia para traçar o mapa do numero cinco no meu cérebro ele poderia ser desenhado da forma abaixo.

Todas as informações que temos durante o dia são armazenadas no nosso cérebro em níveis distintos ou memórias declarativas que são classificadas em:

Memória imediata. É a memória que dura de frações a poucos segundos. Um exemplo é a capacidade de repetir imediatamente um número de telefone que é dito. Estes fatos são após um tempo completamente esquecidos, não deixando "traços".

Memória de curto prazo. É a memória com duração de algumas horas. Neste caso existe a formação de traços de memória. O período para a formação destes traços se chama de Período de consolidação. Um exemplo desta memória é a capacidade de lembrar do que se vestiu no dia anterior, ou com quem se encontrou.

Memória de longo prazo. É a memória com duração de meses a anos. Um exemplo é a capacidade de aprendizado de uma nova língua.

Memória de procedimentos. É a capacidade de reter e processar informações que não podem ser verbalizadas, como tocar um instrumento ou andar de bicicleta. Ela é mais estável, mais difícil de ser perdida.

O córtex cerebral é um tecido fino composto essencialmente por uma rede de neurônios densamente interligados tal que nenhum neurônio está a mais do que algumas sinapses de distância de qualquer outro neurônio.

Processo de Fixação de memória durante o sono

Durante o sono, da inicio um elaborado processo de seleção de memórias boas de serem guardadas e memórias inúteis a serem descartadas.

O sono é um estado de imobilidade parcial, durante o qual estamos parcialmente “desconectados” do ambiente que nos rodeia. No sono o cérebro está ativo e irá oscilar entre dois estágios fisiologicamente distintos o REM e o NREM:

O sono REM, (movimento rápido dos olhos) caracteriza-se por uma intensa atividade registrada no Eletroencefalograma (EEG) seguida por flacidez, paralisia funcional, dos músculos esqueléticos. Nesta fase, a atividade cerebral é semelhante à do estado de vigília. Nesta fase do sono, a atividade onírica é intensa, sendo sobretudo sonhos envolvendo situações emocionalmente muito fortes.

É durante essa fase que é feita integração da atividade cotidiana, isto é, a separação do comum do importante. Este representa 20 a 25% do tempo total de sono e surge em intervalos de sessenta a noventa minutos. É essencial para o bem-estar físico e psicológico do indivíduo.

O sono NREM (ou não-REM) ocupa cerca de 75% do tempo do sono e divide-se em quatro períodos distintos conhecidos como estágios 1, 2, 3 e 4:

Estágio 1:
Começa com uma sonolência. Dura aproximadamente cinco minutos. A pessoa adormece. É caracterizado por um EEG semelhante ao do estado de vigília. Esse estágio tem uma duração de um a dois minutos, estando o indivíduo facilmente despertável. Predominam sensações de vagueio, pensamentos incertos, mioclonias das mãos e dos pés, lenta contração e dilatação pupilar. Nessa fase, a atividade onírica está sempre relacionada com acontecimentos vividos recentemente.

Estágio 2:
Caracteriza-se por a pessoa já dormir, porém não profundamente. Dura cerca de cinco a quinze minutos. O eletroencefalograma mostra freqüências de ondas mais lentas, aparecendo o complexo K. Nessa fase, os despertares por estimulação táctil, fala ou movimentos corporais são mais difíceis do que no anterior estágio. Aqui a atividade onírica já pode surgir sob a forma de sonho com uma história integrada.

Estágio 3:
Tem muitas semelhanças com o estágio 4, daí serem quase sempre associados em termos bibliográficos quando são caracterizados. Nessas fases, os estímulos necessários para acordar são maiores. Do estágio 3 para o estágio 4, há uma progressão da dificuldade de despertar. Esse estágio tem a duração de cerca de quinze a vinte minutos.

Estágio 4:
São quarenta minutos de sono profundo. É muito difícil acordar alguém nessa fase de sono. Depois, a pessoa retorna ao terceiro estágio (por cinco minutos) e ao segundo estágio (por mais quinze minutos). Entra, então, no sono REM.
Este estágio NREM do sono caracteriza-se pela secreção do hormônio do crescimento em grandes quantidades, promovendo a síntese protéica, o crescimento e reparação tecidular, inibindo, assim, o catabolismo. O sono NREM tem, pois, um papel anabólico, sendo essencialmente um período de conservação e recuperação de energia física.

Botando em pratica

O que vamos fazer a seguir nada mais é que guardar os mapas mentais mais importantes e deletar os menos importantes só que de forma consciente, aumentando em um grau altíssimo nosso auto-conhecimento.

De uma forma geral ao acordarmos temos algumas referencias do que aconteceu conosco pelos sonhos que conseguimos recordar. Procure desenhar as imagens que sonhou. No começo é muito difícil recordar, porem com a pratica, você passara a recordar cada vez melhor.

Se conseguir associar cada imagem ou situação sonhada com suas emoções poderá dizer porque esta sonhando isso ou aquilo. E o mais importante como esta imagem te afeta positiva ou negativamente.

Se for positiva – cultive-a se for negativa - apague-a.

Se o sono for muito bom, desenhe-o ou escreva-o

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